O Escotismo teve suas origens num acampamento simbólico organizado por Baden-Powell na Ilha de Brownsea, Grã-Bretanha, para vinte jovens, onde ensinou habilidades como primeiros socorros e orientação, usando uma bandeira verde com uma flor-de-lis amarela como símbolo do grupo. Inspirado pelo sucesso desse acampamento, Baden-Powell escreveu “Escotismo para Rapazes” em 1908, influenciado pelas técnicas de woodcraft aprendidas com Frederick Russell Burnham.
A Promessa Escoteira é um compromisso voluntário feito pelos membros do Movimento Escoteiro, que estabelece o compromisso de seguir a orientação moral e os princípios do movimento, reconhecendo a existência de deveres a serem cumpridos. Ao realizar a Promessa, o escoteiro recebe o direito de usar o distintivo de promessa, que é o símbolo mais honrado do escotismo.
A Lei Escoteira, concebida por Baden-Powell, é fundamentada em conceitos voltados para a formação moral e cívica dos jovens, evitando leis proibitivas e focando em princípios positivos. Os dez artigos da Lei Escoteira englobam valores como honra, lealdade, utilidade, amizade, cortesia, respeito pela natureza, responsabilidade, disciplina, otimismo, sobriedade e integridade. Estes princípios orientam os escoteiros a serem dignos de confiança, leais a várias instituições e pessoas, úteis e prontos para ajudar, amigáveis e fraternos com todos, corteses e respeitadores, protetores da natureza, responsáveis e disciplinados, alegres diante das adversidades, econômicos e respeitadores da propriedade alheia, e íntegros em pensamento, palavra e ação. Baden-Powell enfatizou a importância de ser verdadeiro, de manter a palavra sagrada, e de ser leal, útil, amigo, cortês, respeitador da natureza, responsável, alegre, econômico e íntegro, visando não apenas o desenvolvimento individual dos escoteiros mas também o benefício da comunidade e da sociedade como um todo.
A flor-de-lis, adotada como símbolo mundial do escotismo por Baden-Powell, reflete a orientação, pureza de espírito, luz e perfeição. Originalmente usada em cartas náuticas para representar o norte e símbolo da monarquia francesa, a flor-de-lis simboliza a direção e os ideais a serem seguidos pelo escotismo.
O chapéu e o lenço escoteiro têm suas origens na prática do woodcraft e na indumentária de exploradores, como Frederick Russell Burnham, que influenciou Baden-Powell. O lenço, usado em cerimônias, varia em cores e emblemas entre as organizações escoteiras, e a tradição de trocar lenços em acampamentos e eventos promove a fraternidade e a coleta de lembranças significativas.
O aperto de mão escoteiro, realizado com a mão esquerda, simboliza confiança e igualdade, inspirado por um gesto de confiança observado por Baden-Powell durante uma interação com um chefe de tribo. Este gesto destaca a importância da confiança mútua e do respeito entre os escoteiros.
O sinal escoteiro, feito com os dedos médio, indicador e anular unidos e o polegar sobrepondo o mínimo, representa os três pilares da Promessa Escoteira: Deus, Pátria e o Próximo, enfatizando também a proteção dos mais fortes para com os mais fracos.
A saudação escoteira, uma forma de cumprimento entre os membros do movimento, é feita com a posição dos dedos do sinal escoteiro, mas dirigida levemente à frente da testa, simbolizando respeito e fraternidade, e é usada ao encontrar outros escoteiros, saudar autoridades ou durante cerimônias relacionadas à bandeira.
A primeira notícia sobre o Escotismo no Brasil foi publicada em 1 de dezembro de 1909, na revista Ilustração Brasileira, trazendo detalhes sobre o movimento criado por Baden-Powell na Inglaterra. A matéria, intitulada “Scouts e a Arte de Scutar”, foi elaborada pelo 1º Tenente da Marinha de Guerra Eduardo Henrique Weaver, que estava na Inglaterra e testemunhou o nascimento do Movimento Escoteiro. A reportagem destacou o entusiasmo de um grupo de militares brasileiros pela nova metodologia educativa, destacando o Suboficial Amélio Azevedo Marques e seu filho Aurélio, o primeiro escoteiro brasileiro.
Com a chegada do Encouraçado Minas Gerais ao Rio de Janeiro em 17 de abril de 1910, trazendo os militares e uniformes escoteiros, foi fundado o Centro de Boys Scouts do Brasil em 14 de junho do mesmo ano. Este marco foi amplamente divulgado pela imprensa, que recebeu uma carta da Comissão Diretora solicitando apoio para disseminar os valores escoteiros.
O movimento escoteiro se espalhou pelo Brasil, adotando mudanças sociais como a inclusão de garotas e a expansão da faixa etária de atendimento para jovens de sete a 21 anos. O país conta com duas associações escoteiras, sendo a principal delas a União dos Escoteiros do Brasil (UEB), fundada em 1924. A UEB, filiada à Organização Mundial do Movimento Escoteiro, promove uma organização vertical que busca coesão entre seus membros através de um programa único para todas as Unidades Locais.